quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Lugar - Palácio Quitandinha


Texto: Isabela Lisboa
Foto: Sicilia Ferreira P. P. Judice

Localizado na principal estrada de Petrópolis, o Palácio Quitandinha dá as boas vindas para quem chega à Cidade Imperial. Ícone de uma época, esta monumental construção teve a assinatura de um importante arquiteto italiano, naturalizado brasileiro, Luís Fossati.

Fossati chegou a Petrópolis porvolta de 1939, com o objetivo de construir um ranário no bairro Independência. Entretanto, se encantou tanto com o local que acabou desistindo do projeto para ali erguer sua casa de campo.

Na ocasião obteve também a opção de compra da antiga Fazenda Quitandinha, propriedade dos Azevedo Sodré, onde desejava erguer um loteamento. Mas só possuia trezentos contos de réis dos setecentos cobrados e, nem banqueiros, nem amigos, fizeram fé no negócio.

Surgiu então o empresário Joaquim Rolla que, atraído pelo grande terreno, fecha o negócio para construir o que viria a ser o maior cassino da América Latina: o Hotel Cassino Quitandinha.

Construido em estilo normando, típico dos cassinos europeus, o Quitandinha é grandioso em cada detalhe. Com pés direito de 10 metros, o Cassino Hotel era uma cidade à parte. Com 13 ambientes, distribuídos por 50 mil metros quadrados, o hotel também contava com 440 apartamentos (hoje transformados em residências particulares).

Se por fora o Quitandinha reflete a visão de Luís Fossati, por dentro o luxo e a extravagância do local ficou por conta da cenografa e decoradora Dorothy Draper.

Inspirada nos cenários hollywoodianos, Dorothy misturou arquitetura barroca brasileira e geometria Art Déco. Nos biombos folhagens e flores tropicais, tecidos e papéis de parede. E muitas listras que, com a geometria dos pisos, fazem contraponto às volutas dos arremates, luminárias e colunas de gesso e stucco branco.

Com a proibição do jogo, dois anos após a inauguração do Quitandinha, o complexo acabou entrando em decadência. Passou a funcionar como clube e local de eventos e conferências.

Em 2007, é adquirido pelo SESC que inicia uma grande obra de restauração em toda área social, incluindo o teatro, os salões sociais e a sala de música. Com o final das obras o local foi reaberto a visitação, além de contar com uma pista de patinação, boliche e no lago, passeios de pedalinho. Também se transformou no palco principal do Festival de Inverno do SESC realizado entre os meses de julho a agosto. 

A necessidade de novas obras interrompeu a visitação em outubro de 2010, mantendo em funcionamento os serviços de lazer.

Entretanto, desde agosto deste ano (2011), o espaço foi reaberto a visitação, colocando novamente o Quitandinha na lista dos principais atrativos turísticos de Petrópolis, trazendo de volta aos olhares do público o esplendor de uma época que não volta mais, mas que com certeza, estará sempre no imaginário popular, com todo seu glamour e requinte.

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Serviço:
SESC Quitandinha
Av. Joaquim Rolla, n° 2, Quitandinha
Tel: (24) 2245-2020
www.sescrio.org.br

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Bebidas - Vinho Português Dão - DOC 2007

Já tem um tempo que estava com vontade de experimentar um vinho português. Como não havia nenhuma comemoração em vista, optei por um vinho simples do Club des Sommeliers, que é um grupo da rede Pão de Açúcar. O vinho escolhido foi um tinto fino seco português da safra de 2007, da região Dão-DOC, com 13% de teor alcoólico. 

Segundo o rótulo: "de coloração grená, aroma frutado e com notas de especiarias, este vinho é excelente para companhar carnes vermelhas, grelhados e queijos."

Dão é uma das regiões vinícolas mais antigas estabelecidas em Portugal. Os vinhos são produzidos em uma região montanhosa com um clima temperado. A região se tornou DOC (Denominação de Origem Controlada) em 1990. A região do Dão é origem da videira Touriga Nacional que é o principal componente do vinho do porto. Apesar de simples, eu adorei o sabor do vinho. É realmente leve e combina muito com carne vermelha. Uma boa pedida para aqueles que querem iniciar o paladar nos saborosos vinhos secos.

sábado, 13 de agosto de 2011

Trilha - Pedra do Cortiço

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Localização: Petrópolis, RJ - Brasil
Atividades: Caminhadas e escaladas
Altitude: 1.121 metros
Distância: 1.5 km
Fotos: galeria

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Hoje pela manhã uma equipe da academia que frequento organizou uma trilha para a Pedra do Cortiço, montanha próxima à região central de Petrópolis - RJ. É um percurso que leva em torno de 45 minutos e nos oferece um visual fascinante do conjunto de montanhas da cidade.

"O Morro do Cortiço possui esse nome pois vários moradores da região, especialmente portugueses e brasileiros residiam em grandes casarões feitos em madeira próximo ao sopé da montanha." [fonte]


A trilha é classificada como leve, sendo ideal para quem pretende iniciar suas atividades montanhísticas, bem como para aqueles que pretendem levar crianças para curtir o passeio.


Para mim, essa trilha significou o início de uma nova fase em minha vida. Eu tenho hérnia de disco e nenhuma experiência em aventuras como essas, e consegui fazer a trilha sem nenhum problema. A subida exige um condicionamento físico razoável, mas por ser um trajeto curto, dá para ir com calma, parando para descansar e repor as energias. Aconselho usar roupas leves e levar pouco peso (somente essencial). Não esquecer do filtro solar e de um tênis que tenha boa aderência no solo, pois o trajeto é irregular e escorregadio.


Acima de tudo, aconselho fazer essa trilha com amigos para que possam ter momentos deliciosos a se lembrar.


O objetivo

Este é um espaço destinado às antinomias presentes em minha vida. Pretendo, daqui para frente, me submeter à diversas experiências, buscando redescobrimento e evolução pessoal. Quero travar uma batalha comigo mesma, quero me pôr à prova, quero validar algumas teorias e contrariar outras. Desta forma, tentarei registrar aqui os passos de minha jornada, os aprendizados, as conquistas e as derrotas.


Prólogo

O que é tempo? Um rio ondulante que carrega todos os nossos sonhos? Ou os trilhos de um trem? Talvez ele tenha curvas e desvios, permitindo que você possa continuar seguindo em frente e, ainda assim, retornar a uma estação anterior da linha.

O escritor do século XIX Charles Lamb escreveu: "Nada me intriga tanto como o tempo e o espaço. E nada me preocupa menos do que o tempo e espaço, porque nunca penso neles". (...)

Isaac Newton nos deu o primeiro modelo matemático para o tempo e espaço em seu Principia mathematica, publicado em 1687. (...) No modelo de Newton, tempo e espaço constituíam um pano de fundo em que os eventos ocorriam mas não eram afetados por eles. O tempo era distinto do espaço e considerado uma linha única, ou trilho de trem, infinito em ambas as direções. O próprio tempo era considerado eterno, no sentido de que sempre tinha existido e de que existiria para sempre. Em contraposição, a maioria das pessoas acreditava que o universo físico tinha sido criado mais ou menos no estado atual apenas alguns milhares de anos atrás. Isso preocupou filósofos como o alemão Immanuel Kant. Se o universo foi realmente criado, por que tinha havido uma espera infinita antes da criação? Por outro lado, se o universo sempre tinha existido, por que tudo que ia acontecer já não tinha acontecido, de modo que a História tivesse terminado? Em especial, por que o universo não tinha atingido o equilíbrio térmico, com tudo à mesma temperatura?

Kant denominou esse problema uma "antinomia da razão pura", por parecer uma contradição lógica; não tinha solução. Mas era uma contradição somente no contexto do modelo matemático newtoniano, no qual o tempo era uma linha infinita, independente do que estivesse acontecendo no universo.

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Trecho do livro O Universo numa Casca de Noz, de Stephen Hawking.